Aldair Dantas é professora de sociologia na rede estadual de ensino e trabalha em diversos projetos que tem como propósitos resgatar e orientar jovens da periferia e da cidade de Salvador. Recentemente ela coordenou a mudança de nome de um colégio estadual de ensino que representou uma vitória para a democracia brasileira e para o povo baiano.
Aldair Dantas que ficou responsável em escolher e apresentar os candidatos aos alunos do 3º ano e profissionalizante, disse ao G1 que o trabalho foi muito gratificante. “Esses dois nomes já haviam sido sugeridos por outros professores, em anos anteriores. A partir daí, fui apresentando aos alunos a história de Milton Santos e Marighella. Durante todo esse processo, também aprendi muito, já que tive que ler muitos livros e ver filmes. Levei tudo isso para eles, que ficaram bem contentes em saber que os dois candidatos eram baianos, negros e tinham vindo de origem humilde. Foi emocionante e gratificante”, contou. Aldair Dantas contou que antes da eleição, os ex-alunos e os pais dos alunos, assistiram a vídeos e participaram de uma palestra sobre a história de Médici, Marighella, Milton Santos e a história do surgimento da própria instituição.
O colégio que tinha o nome de Emílio Garrastazu Médici que foi presidente o Brasil no período da ditadura militar, entre 1969 e 1974 e que, em 1968, apoiou o Ato Institucional Número 5 (AI-5), agora tem nome de Carlos Marighella. Nascido em Salvador o guerrilheiro foi um dos principais nomes contra o regime militar, chegou a ser considerado o inimigo número um do governo. Em 1964 ele foi preso por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) após ser baleado e no ano seguinte optou pela luta armada contra a ditadura. Ele morreu em uma emboscada em São Paulo.